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quarta-feira, 11 de maio de 2011

O não-índio

Se as denominações de referência entre "nós" e "eles" são de "índios" de "não-índios", invertemos o papel. Não que tivéssemos chegado lá com alguma designação de que eles propriamente seriam a cultura diferente, e nós a predominante.

-- A parcela da nossa geração da qual faço parte, educada sobre os preceitos das ciências humanas de esquerda - de pais e professores formados durante uma ditadura - me induzia muito mais a um tratamento igualitário quase que naturalmente, do que a qualquer outro pensamento. De qualquer forma, nem dá pra considerar muito essa parte. --

Sei que essa coisa toda me levou a duas reflexões (ou dois cenários):
1 - O Cenário do branco e do índio no qual o branco é dotado de toda a cultura mundial, globalizada; a tecnologia; a economia; a cultura pop. E o índio como o ser humano dotado de uma cultura milenar, rica, porém isolada. O que acabava gerando muitos pensamentos conservacionistas,esquecendo-se até de que ainda se trata de seres da mesma espécie.
2 - O cenário no índio e do não-índio. Bem, nesse cenário, seja lá o que o índio for, o que nos define é não fazer parte disso.

O que muda nisso tudo? Acho que a postura. Como branco, chego carregada de toda a cultura ocidental, a ciência, o mercado e tudo mais. O que pode soar muito mal, mas é o que é. E há de ter as suas vantagens. E como "não-índio"? Somos definidos por uma indefinição. Que tipo de comportamento tem alguém que se define por "não ser"?

Continua....

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