A chuva ainda não passou...

...(e isso não é uma metáfora)



Quando eu tava lá na garagem da casa da vó e "decidi" que eu adorava música, acho que eu não tinha bem noção do se passava. Tampouco de quem eu era.
Engraçado que era o mesmo lugar onde eu me toquei de que eu não era uma "pessoa boa" que nem as descrições de características psciológicas dos personagens nas fichas de leitura. Não eu não era como a Cinderela ou a Menina do conto dos anõezinhos do bosque. Cheguei a pensar em tentar mudar alguma coisa. Mudar minhas atitudes. Mas a idéia não parecia convincente o suficiente.
Me atraía muito mais a idéia de construir um carro (um avião, uma nave) com carcaças da oficina do tio Zeca, ou salvar cavalinhos perdidos da mãe.Mesmo sendo assumidamente defensora da natureza, pertencente ao "Delta GDN" (sem nenhum super poder, mas crente de que o cavalo de fogo a qualquer momento poderia surgir por entre as nuvens, e me ajudar a salvar o mundo), ainda assim eu não era uma pessoa boa. O que eu não sabia é que eu nunca seria... E que o mais perto de salvar o mundo que eu chegaria era fechar a Mauro Ramos (eu, sei que cheguei até a Beira-Mar,e a Gustavo Richard, mas isso pouco importa).
E as idealizações de amigos desconhecidos sentados em uma mesa de bar, e eu com longos cabelos de 20 anos com um rosto que eu não podia nem imaginar como seria, nem eram falsas, mas são tão menos importantes.
Não, eu não amo o menino loiro, de olhos azuis que veio do Paraguai no porta retrato.





Ainda não sou uma pessoa boa, e agora até vejo alguma virtude nisso.
Às vezes ainda quero salvar o mundo, mas nem sempre. Talvez ainda construa um carro...
E acho que gosto muito mais de música do que eu podia imaginar.

O mundo parece um pouco mais claro, e bem mais difícil, do que era a 13 anos atrás. É possível que eu ainda espere alguma coisa por entre as nuvens.